Especialistas estrangeiros em raridades automobilísticas sempre ficam impressionados com alguns dos automóveis fabricados no Brasil, principalmente com os modelos dos anos 60 e 70, como o Fusca, Opala, Maverick, e outros. Alguns desses carros fascinam por serem únicos, por existirem apenas no Brasil. Já outros impressionam pelas mudanças que nossos projetistas introduziram em seus “primos” fabricados primeiramente em outros países.

Mas os “velhinhos” brasileiros, como são chamado pelos gringos, despertam um charme talvez pouco percebido por nossos consumidores distraídos, ou simplesmente por questão de gosto. Mas um carro assim pode valer muito para poucos.

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Foto: volksgreencoastrj.blogspot.com

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Um charme assim pode valer milhares de dólares para os olhos de estrangeiros, principalmente ingleses e americanos que são pouco acostumados com o visual da nossa Kombi. Alguns críticos desdenham da Kombi pela evidente falta de segurança. Foi então que, mais uma vez, a ironia da mídia brasileira aplicou um apelido maldoso na Kombi : “Jesus tá Chamando”, como o prenúncio de uma morte certa. Mesmo assim, durante anos ela foi sustento de muitas família, além de sempre passear com seu donos em aventuras de férias. Realmente era um veículo de mil e uma utilidades.

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Mas quem já dirigiu uma Kombi sabe o quanto é apaixonante. Os modelos mais antigos, como os da foto acima, são os que mais despertam emoções em quem realmente gosta de carros. Dizem que basta dirigir apenas uma vez para ser “contaminado” pelo charme da Kombi. Por isso um dia disseram:  “é neste momento que nasce mais um kombeiro…”. Alguns amantes de Kombi exibem orgulhosamente um pequeno calo no dedão direito, local que sempre acerta o painel do carro quando se engata a primeira marcha.

Foto: estadao.com.br

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Repare na foto acima o câmbio redondo a direita do volante, e como ele se aproximaria do painel se o motorista usasse da primeira marcha. Com o tempo esse “calo” se transforma em uma verruga, um sinal clássico de quem dirigiu uma Kombi durante sua vida de motorista.

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Ainda existe a inédita e agradável sensação  da dirigibilidade de uma Kombi, outro fato que faz parte do charme deste Volkswagen. Produzida por 56 anos sem interrupções no Brasil (um recorde) a Kombi ganhou o carinhoso apelido de “velha senhora” por ser antiga e sempre na moda. Durante estas décadas de fabricação, ela passou por algumas plásticas ou tentativas de melhoramento na segurança(o que foi um fracasso!). E foi assim, com a nova lei que obriga todos os veículos de hoje a saírem de fábrica com modernos itens de segurança, que a fabricação deste ícone ficou comercialmente obsoleta e inviável. Mesmo assim, ainda que lancem uma nova Kombi ela jamais será  como sua bisavó que nunca perdeu seu charme, e continua na memória de muitos, não como uma velha, mas sim como uma bela senhora.

Foto: ww2.mundodastribos.com

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