Não estamos falando do ator mestre em filmes brasileiros de terror. Mas do carinhoso apelido que recebeu um dos carros mais avançados em estilo de sua época: Fusca Zé do caixão. E foi por ser tão moderno que não vingou no mercado brasileiro. Trata-se de um Volkswagen de forma quadrada e com detalhes que aguçaram o humor da crítica, atiçando uma má reputação entre os motoristas. De modernidade apresentava os faróis retangulares, potentes para a época, e vinha de fábrica com quatro portas (o primeiro do Brasil).

Conheçam o Fusca Zé do caixão

Muitos o chamaram de fusca de quatro portas, embora não se parecesse nem um pouco com um fusquinha. Talvez tenha sido a única tentativa real da fábrica de mudar o desenho do fusca no Brasil, isso se o Zé do Caixão vingasse em vendas por aqui. Mas foi desse modelo que surgiu a família de carros que culminou com um sucesso de vendas: a Brasília. Foi lançado em 1968, com grande entusiasmo pela fábrica. Tinha o nome oficial de VW 1600 Sedã. Daí a especulação de ser o esperado fusquinha sedã, mais tradicional. Aliás, o público brasileiro custou a aceitar os veículos com quatro portas e esse foi um dos motivos do fim desse modelo da Volkswagen do Brasil, cuja fabricação se encerrou em 1971.

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Vejam abaixo o vídeo do lançamento do VW 1600

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Os taxistas gostavam do modelo, por ser um fusca com mais espaço interno e mecânica idêntica, o que implicava também em uma manutenção de baixo custo. E ainda vinha de fábrica com luz de ré (um novidade elétrica) e freios a disco, um acabamento interno com material cromado, além de cores bem interessantes para a época.

Reparem nas maçanetas insinuando alças de caixão (foto abaixo). Daí o apelido de Zé do Caixão. Se você é um proprietário deste modelo 1600, então cuide bem dele, um vovô que quase mudou a tendência de estilo da época e esteve perto de desbancar a Ford e seu Corcel. Mas isso é outra história.

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fusca zé do caixão. Este é um modelo da Volks que é muito cobiçado

Foto Rafael Arbex / Estadão