O carro falante e o Motorista ouvinte

Parece título de filme antigo, talvez a história de um velho Fusca. Mas este carro não falava, era mais pensante do que um  linguarudo como, por exemplo, o tal grilo do Pinóquio.   Aliás, como falava aquele grilo! E mesmo assim foi incapaz de mudar as ideias do boneco como uma boa consciência poderia fazer. Já o Fusca, que não falava, conseguia mudar opiniões, proteger seus donos do perigo, se transformando em um verdadeiro herói.

E o que tem esses personagens lendários haver com um carro falante?

Talvez nada, talvez tudo, depende do nosso ponto de vista. Como um Pinóquio que não ouvia sua consciência em forma de inseto, assim somos nós diante do nosso carro que insiste em “gesticular” tentando chamar nossa atenção, como o Fusca do cinema fazia.

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E um carro pode tudo isso?

Pode mais. Ele ajuda um casamento, às vezes até arruma um casamento! Fortalece vínculos, produz viagens e férias, ensina a economizar dinheiro. Além disso, quer bem o meio ambiente,  educa nossas crianças, e não é um  reclamador exigente. Tudo isso  faz do carro um amigo, ou um membro importante da família. Mas nada disso acontece se simplesmente o tratamos como uma máquina fria, um escravo a nossa disposição e, de certa maneira, imortal no nosso entendimento.

Talvez o leitor tenha imaginado o que seu carro estará passando ou pensando neste momento. Isso é sinal que você sabe da importância que ele tem as mesmas que citamos acima. Então, como ele fala com gente? Tanto o grilo como o Fusca são personagens do imaginário! Outra pergunta: qual o proveito que podemos tirar da realidade?

O carro falante e o Motorista ouvinte

Seu carro pode gritar!

Seu carro não fala literalmente, mas gesticula, emite sinais claros de problemas que podem se tornar sérios. Muitas vezes ele conversa através de lâmpadas que se acendem no painel, ou por uma freada que quase deu errado e que não deveria ser assim.

Já reparou um vazamento na garagem? Talvez seja porque não notou outras coisas: luzes vermelhas acendendo, como um farol de pare, mas não paramos, e nosso carro chora a noite no frio da garagem. Talvez ele não pense nada, é uma máquina fria. Mas não se preocupar com uma mancha no chão de nossa garagem seria fazer o mesmo que Pinóquio fez: não escutou o grilo “consciência” sabendo dos riscos, e até mentiu tentando enganar a si mesmo.  “Afinal, o carro pegou pela manhã, não é verdade? O que é uma manchinha na garagem perto da robustez do meu carro?”.

Que tal aquele barulho estridente que faz quando pisamos no freio? Não parece um grito de dor? Nós sabemos que vem da roda, que algo por ali se gastou, ferro com ferro, em mais um aviso do seu carro. Mesmo com ele avisando antes, através de outras luzes, o final de uma pastilha de freio, nós esperamos este tal barulho  acontecer. Mas eis o desgaste no limite, antevendo uma baita ferrada em nosso bolso, e, quem sabe, até em nossa segurança!

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Ele também pode chorar!

Por falar em segurança, os avisos de um carro são os atos de um quase herói querendo salvar vidas, a sua e a de sua família. Luzes e vazamentos são como um choro. Mas é por isso que devemos primeiramente pensar em uma revisão preventiva baseada no tempo e quilometragem, pois é disso que vive um carro, ou sofre disso. Uma revisão é seu alimento, suas vitaminas, como nosso corpo também exige.

O choro de uma criança é quase sempre o aviso de algo inesperado. Talvez uma doença invisível se instalando, mas que os cuidados preventivos sugeridos por um médico vão ajudar na recuperação rápida da saúde do bebê. Do mesmo modo devemos tratar o nosso automóvel. Um vazamento deve ser sempre uma surpresa e rapidamente corrigido. Jamais deve ser considerado algo normal como um simples resfriado que passa sozinho. O mesmo se dá com qualquer outro sinal, ou choro, vindo dele. Deve ser sempre algo inesperado, onde a revisão preventiva funcionou como uma vitamina e o defeito é algo fácil, barato, e o reparo foi de grande proveito para a vida útil do nosso carro.

Se uma criança pode adoecer, um carro há de apresentar defeitos. Se um adulto se machuca, um automóvel também está sujeito a “fraturas” vindas do asfalto por onde vive. Se um idoso sente o passar do tempo, um carro mais velho ou mais rodado, também sofre em suas engrenagens e articulações. Pois tudo criado pelo homem é feito a sua imagem e semelhante.

O carro falante e o Motorista ouvinte

A grande vantagem dos carros, como criaturas, em relação a nós, criadores, é que se encontra no mercado farta mão obra especializada, e peças de reposição, ao contrário de médicos e órgãos do nosso corpo, cujo criador não disponibiliza em prateleiras de lojas. Então, é muito mais fácil cuidar de um carro do que do nosso corpo. Pois um carro sempre vai ter uma cura certa a disposição, um mecânico de real confiança, peças novas repetindo a qualidade que saiu de fábrica. Quando é que teremos estas facilidades com a nossa saúde?

Por outro lado, cuidar bem do nosso carro pode prorrogar nossa vida. Como assim?

Nosso país é grande em tudo. Não existe o mínimo por aqui, além do salário. Ainda existe miséria gigantesca em bolsões ainda maiores formados por casas que são humildes por fora, mas decoradas por dentro com alta tecnologia, fruto da redução de impostos. E assim temos a também grande e nova classe média brasileira.

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Ironias a parte, sabemos bem dos índices de mortes em nosso país. São todos enormes, alguns bem maiores do que locais onde ocorrem guerras famosas. Pois o número de acidentes envolvendo automóveis também beira a ficção, impressionando muitos, ceifando vidas de jovens e destruindo famílias.

E o que tem isso haver com o texto?

Somos todos parte de estatísticas. Sim, e alguns números desses não são motivos de orgulho. Mas ter em mente que a nossa segurança pode nos tirar de uma lista negra de acidentes, agiremos com mais prudência, mesmo que sejamos viajantes constantes pelas estradas brasileiras. Pois quando pensamos em nossa segurança, e agimos, esta sensação se espalha por toda a viagem.

O carro falante e o Motorista ouvinte

Se cuidarmos da nossa segurança por revisar nosso automóvel antes de uma viagem, com certeza  teremos um passeio mais seguro, com mais responsabilidade no volante. Essa é uma tendência humana entre os normais:  esticar, mesmo que por reflexo, nossa preocupação. E é algo quase instintivo o cuidar do bem estar de nossa família.

Imagine então se fizermos revisões periódicas em nosso carro?  Além do poder de preservar nossa vida, ainda pode ajudar no orçamento familiar com menos despesas, entre elas, manutenções mais baratas, economia de combustível, de pneus e outros. Por que uma revisão precisa ser uma despesa de viagem?

Alguém  disse um dia que dinheiro é mais útil para proteção.  Ou seja, quando o dinheiro sobra, e isso se transforma em uma rotina, então tudo melhora, inclusive nosso humor e a saúde e de quem nos rodeia. Pois se tratarmos bem o nosso carro, como se fosse de fato um membro falante de nossa família, isso também vai refletir no bolso, na alegria e na saúde.