A palavra “cinto” no título deste post está propositalmente no singular. Por que? Para combinar profundamente com a mensagem desta matéria: o quanto é importante uma decisão pessoal em usar o cinto de segurança.
O primeiro acessório que se preocupou com a sua segurança dentro de um automóvel foi a peça acima. Evidentemente que houve muita evolução, novas tecnologias ajudaram a aumentar a eficiência de um cinto de segurança, como o cinto de três pontos (antes eles seguravam apenas pela cintura), além de outros acessórios como o Airbag, hoje um item obrigatório de fabrica. Mas o cinto de segurança foi quem nos levou aos modernos conjuntos de segurança que equipam os veículos do século 21, incluindo ônibus e caminhões.
Então vamos contar outra história, baseada em fatos, que aconteceu em nosso país e compará-la com a história da evolução do cinto de segurança também por terras brasileiras.
No início o século 20 (anos de 1900) a Capital do país, então a cidade do Rio de janeiro, não tinha quase nenhum tipo de esgoto e algumas doenças mortais se espalharam pela cidade. O Rio ficou conhecido como a cidade cemitério, principalmente de estrangeiros que se arriscavam em conhecer as belezas da cidade.
Pois então havia ali um estudioso, o cientista e também secretário da saúde, Osvaldo Cruz, que propôs uma campanha de saneamento básico para eliminar as doenças que davam esse triste apelido a cidade e também salvar vidas. Entre essas medidas, Osvaldo transformou em lei a obrigatoriedade de toda a população ser vacinada contra a varíola.
O resultado foi uma revolta popular sem precedentes.
O bonde virado da foto acima foi uma das consequências da tal revolta. Alguns estudiosos dizem que, além do uso da força para vacinar a população, boatos foram espalhados pela imprensa, e, entre eles, afirmando que a vacina causava a varíola, e não a evitava, o que aumentou mais ainda a revolta popular.
Mas o qual é a relação desse fato com o cinto de segurança?
Explicamos. Assim como a tal lei de vacina obrigatória já existia, o uso de cinto de segurança passou a ser obrigatório a partir de janeiro de 1999, mas o de três pontos, e aí começou a polêmica. O que antes era abdominal e quase ninguém usava, passou a sair de fábrica com três pontos que “amaravam” o motorista no banco do carro. Criou-se um grande incômodo com a novidade “legal” e assim também surgiram boatos.
Alguns afirmavam que em caso de batida o cinto matava os ocupantes “enforcando”, por passar muito perto do pescoço. Outros diziam que em caso de desmaio poderiam morrer afogados ou queimados. Sem dúvida um exagero total.
Não houve revolta com quebradeira, mas muitos evitavam o uso do cinto; e o que era para ser saudável para todos virou um medo por causa de boatos. E até nos dias de hoje é mania dos motoristas brasileiros trocarem sua segurança, e as vezes sua vida, por um boato que se transformou no que era de fato: um suposto incômodo, assim como a picada de uma vacina.
Testes confirmam que que o cinto de segurança realmente salva vidas, conforme o vídeo abaixo.
Quem ama protege. Com certeza a maioria da população de hoje aceitaria com satisfação uma vacina eficiente como foi a de Oswaldo Cruz.
Por isso usar o cinto é uma responsabilidade pessoal, cujo o exemplo pode salvar pessoas queridas. Faça isso! E use seu carro com sabedoria.
Quando eu era passageiro, a primeira coisa que eu fazia ao entrar em um carro como carona era colocar o cinto. Quando eu passei a ser o motorista, nos primeiros três meses era muito corriqueiro eu esquecer, talvez porque eu estava com a mente muito ocupada pensando em como ligar o carro, como sinalizar, como sair, como colocar a marcha certa… Então eu estabeleci um ritual ao dirigir… eu me condicionei a não girar a chave da ignição sem ter certeza de que estou com o cinto e aproveito para cobrar isso dos passageiros. Se eu tiver que fazer qualquer coisa sem cinto, como verificar dinheiro, documentos, etc… antes de sair, com certeza o carro está parado e desligado. E isso funciona! Ao tomar banho, por exemplo, sempre garantimos que teremos toalhas e roupas limpas. Então um “ritual” pode ser feito no carro. Vai sair, então tenha a certeza de estar com o cinto e cobre isso dos passageiros. Nunca mais me esqueci!